"...you thought they were all kiddin´you
you used to laugh about
everybody that was hangin´out
now you don´t talk so loud
now you don´t seem so proud..."

domingo, 4 de outubro de 2009

Fugere urbem. Et carpe diem.

Fotos e comentários. Nas fotos as pessoas são sempre felizes... Dá saudade.

E de pensar que no final de semana que vem eu vou pro paraíso. A Terra do Nunca. Terra da minha mãe. Cidade pequena, na verdade um Distrito. As casas não têm muros nem portões. Os quintais são enormes. A porta da sala é a porta da rua. As janelas não têm grades. As pessoas entram sem pedir licença. Todos te conhecem, acreditam que sabem quem você é pela sua descendência.

O cheiro de grama, de terra firme. Cavalgadas. Durante o dia um calor danado, a noite um frio gostoso. Uma cerveja gelada, um vinho de má qualidade que em boas companhias se torna o melhor do mundo. Não tem farmácia, tem benzedeira. Aos domingos a Igreja fica cheia e mesmo sem ser católica, gosto de estar lá. Em cada esquina um novo bar. A cachaça sempre presente. Uma turma de amigos, cada um com experiências diferentes, gostos diferentes, amizade em comum. Sempre um caso pra contar. Às vezes uma fofoquinha. Pessoas de bom coração, simplicidade.

Água corrente, várias opções para nadar. Tem cachoeiras escondidas, o rio Jequitinhonha só pra gente. Carne de 1ª só quinta-feira, se chegar cedo ao açougue. E na cidade grande é outra coisa. É fumaça, é buzina, luzes e mais luzes, barulho. Lá é tranqüilo. Um supermercado, uma praça, muitos cavalos e a noite você vê o céu mais lindo do mundo, todas as estrelas. Não precisa de tv nem de relógio. Telefone chegou lá quando fiz 15 anos e os orelhões ligam de graça pras casas da comunidade.

Mineração, garimpo, histórias de assombração. Um cemitério e um campo de futebol. Uma anta morta na represa. Às vezes falta água. Felicidade na pobreza, é triste mas não deixa de ser belo. E aqui a gente quer sempre mais. Passado, presente e a gente vai desenhando nosso futuro... Cheio de cores e de nostalgia.
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Ritual - Cazuza

Pra que sonhar
A vida é tão desconhecida e mágica
Que dorme às vezes do teu lado
Calada
Calada

Pra que buscar o paraíso
Se até o poeta fecha o livro
Sente o perfume de uma flor no lixo
E fuxica
Fuxica

Tantas histórias de um grande amor perdido
Terras perdidas, precipícios
Faz sacrifícios, imola mil virgens
Uma por uma, milhares de dias

Ao mesmo Deus que ensina a prazo
Ao mais esperto e ao mais otário
Que o amor na prática é sempre ao contrário
Que o amor na prática é sempre ao contrário

Ah, pra que chorar
A vida é bela e cruel, despida
Tão desprevenida e exata
Que um dia acaba