"...you thought they were all kiddin´you
you used to laugh about
everybody that was hangin´out
now you don´t talk so loud
now you don´t seem so proud..."

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Vento, ventania

A Susan Boyle é um exemplo. Algumas pessoas têm uma força de vontade tão grande e uma determinação para alcançar seus objetivos, que seria injustp se não conseguissem.

Eu adoro quando as pessoas duvidam de alguém, principalmente porque isso já aconteceu comigo. Pode até parecer maldade, mas não é não. É um fato. Quando duvidam da nossa capacidade, nasce em nós um sentimento tão forte que dá um mega impulso pra que a gente consiga alcançar um objetivo. E a gente consegue!

Quando era criança estudei em escola particular. Eu era boa aluna, a professora chamava minha mãe na escola e pedia a ela para não me ensinar as coisas em casa, porque eu estava atrapalhando o andamento dos outros alunos. Detalhe: os meus pais nunca me ajudaram a fazer sequer o dever de casa.

Mas um problema de saúde que poderia acontecer com qualquer pai do mundo, atingiu logo o meu. Assim, papai teve que largar um dos empregos e, imaginem, manter três filhos em uma escola particular não é tão fácil quanto parece. E esse foi um dos acontecimentos mais importantes da minha vida, como um divisor de águas. A partir daí eu não seria mais a mesma.

Fui estudar na escola pública, que por sinal era a escola modelo de BH, referência do ensino público na época. Ahh, foi a melhor coisa que me aconteceu na vida. Conheci as pessoas mais interessantes, marcantes e das quais sinto mais saudade. Hoje tenho contato com poucos, mas sinto falta de muitos. E claro, muitos dos discursos que adotei e grande parte da minha filosofia de vida saíram dali, daquela escola rosa e daquelas pessoas que seguiram caminhos tão diferentes dos meus.

Quando cheguei lá, fui boa aluna desde o primeiro dia. É verdade quando dizem que o ensino público é deficiente. Fiquei um ano vendo coisas repetidas, coisas que eu já sabia e que a galera custava a aprender. Mas por pior ou melhor que seja a escola, bom mesmo deve ser o aluno. Peguei o ritmo e assim foi por toda minha vida.

Me formei no Instituto. E nesse mesmo ano, 2004, surgiu o Programa Universidade Para Todos, do Governo, mais conhecido como ProUni. Tentei Direito nas 5 opções, mas não consegui vaga de 100% por causa da renda do meu pai, que era superior ao limite. Então, das vagas remanescentes fiz uma salada dos cursos que achava mais interessantes e tentei a sorte nos 50% mesmo.

Dentre Direito, Ecologia, Publicidade, Fonoaudiologia e Engenharia de Produção, não sei por que cargas d'água fui cair logo na Publicidade. E claro, no meio de pessoas que não tinham os mesmos gostos que eu, os mesmos assuntos, as mesmas experiências e a mesma classe social.

Alguns pensamentos de esquerda eu abandonei ali, depois de conversar horas e horas com um "burguesinho" que, depois de muito tempo, se mostrou uma pessoa totalmente diferente do que eu pensava a priori e hoje ocupa um lugar mto especial no meu coração.

O pessoal da faculdade era e ainda é contra assistencialismo público. Algumas pessoas nunca mudam mesmo. Para eles, ProUni era absurdo, o universitário não entrava nas mesmas condições, logo não teria condições de exercer a profissão com a mesma competência que eles - os super inteligentes que preferiram estudar na faculdade particular, ao invés de ir pra UFMG, que tinha conceito baixo em Comunicação Social. haha

E isso que acabei de escrever tem tudo a ver com a primeira frase do post. Pq esse preconceito idiota despertou em mim um desejo enrome de mostrar pra eles que qualquer pessoa tem capacidade de ser o que quiser, se tiver oportunidade. E assim fui o Destaque Acadêmico, só pra contrariar as estatísticas.

Por causa do Destaque, ganhei uma Pós e não quis fazer; entrei em um curso de inglês pra minimizar meu complexo de inferioridade, também fui destaque no inglês; e agora, com o canudo debaixo do braço e uma declaração de Destaque na gaveta, estou pensando...

Que merda! Que grande merda.

Não quero ser publicitária, quero ser funcionária pública, ter estabilidade e claro, atuar na área que escolhi desde o princípio. Contribuir com o meu país e tentar melhorar essa joça.

Comprei uma escada pro paraíso e estou subindo a passos lentos, para apreciar a paisagem e curtir cada momento. Tenho 22 anos e uma vida inteira pela frente. Direito, eu to chegando!

3 comentários:

  1. OI B. SOU A V. DA CAIXA DE PANDORA. TD BM? MENINA TIVE COISAS PARECIDAS COM AS SUAS NO PASSADO. ESTUDAVA EM ESCOLA PARTICULAR EM BH - FUI PARA A PÚBLICA - TIVE UM PROBLEMA DE SAÚDE DOS BRABOS - QUE NEM ERA PRA EU ESTAR AQUI HJ ESCREVENDO PRA VC - FIZ UM ANO DE QUIMIOTERAPIA - UM HORROR - HORROR - UM INFERNO EM VIDA - MAS AQUI ESTOU. PERDI DOIS ANOS DE ESCOLA. FIQUEI MEIO PERDIDA - MAS QUANDO VOLTEI ME RECUPEREI LOGO. CORRI ATRÁS MESMO. É LÓGICO COM TANTOS MEDICAMENTOS UNS ATÉ EXPERIMENTAIS ME DEIXARAM MEIO ÁEREA - ENTREI NA FACULDADE DUAS VEZES E ABANDONEI A ÚLTIMA TRANQUEI - ADMINISTRAÇÃO - TEM NADA HAVER COMIGO. MAS AINDA VOLTO. QUANDO TODOS ACHAVAM QUE EU TB NAO ERA CAPAZ EU FUI ATÉ UM TANTINHO LONGE.

    BEIJOS E PARABÉNS PELO DESTAQUE

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  2. tomaara que dê tudo certo pra vc,
    tbm quero fazer direito..
    ameii!
    bjO!

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  3. Já passei pela mesma mudança que você. Passei 8 anos da minha vida estudando em escola particular, e depois mudei pra pública ! A diferença é BEM visível, e concordo plenamente com o que você diz: Não importa a escola, e sim o aluno. O interesse do aluno. ;)

    Parabéns por tudo e Boa sorte com o que há de vir !

    beijos ! :*

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